Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

domingo, março 11, 2007

A Morte desceu à Rua

11 Março, Atocha, Madrid. Cerca de 190 pessoas assassinadas Centenas de outras que morreram um pouco e que vivem em permanente sofrimento. Culpados directos: Al-Qaeda; Bush; Blair; Aznar; Barroso. Outros Culpados: Todos nós que aceitamos as desigualdades sociais e económicas da maioria da população mundial, para podermos gozar (!) a nossa miserável qualidade de vida. Todos nós que aceitámos impavidamente o Holocausto do nazismo. Todos nós que desvalorizamos as nossas guerras santas contra os infiéis (Inquisição, etc.) e ficamos indignados pelas guerras santas dos outros. Todos nós que conscientemente fingimos não ter consciência das realidades que nos rodeiam até ao momento em que o nosso castelo é posto em causa.

8 comentários:

Anônimo disse...

Eu não entro nesse todos nós! Bolas! É moda atribuir a culpa às pessoas todas que não aqueles que se safam impunemente?
Bolas!

E já agora, acho que entendo a forma como expõe as questões e a motivação sentida. Temos certamente afinidades.

Armando Nina disse...

A culpa é de todos, quer por omissão, quer por indiferença, quer por interesse (estamos sempre com todos que estão na crista da onda), quer por acção, etc. Seria nosso dever fazermos, por exemplo, abestinência às eleições ou a bocoitar as acções dos políticos ou denunciar os seus podres, etc.(duvido que os portugueses sejam capazes de partirem para jornadas de luta, como a desobediência civil, ou a greve de zelo ou ostracizar os media), tal como acontecia antes de 25 Abril de 1974.

Anônimo disse...

Capitão, continuo a não me identificar nesse todos nós ... lá que a maioria das pessoas seja assim, eu não tenho culpa. E dou o meu melhor. E hoje em dia, não é com abstinência ou greve de zelo que se vai lá, pelo menos na minha profissão.

Armando Nina disse...

O Todos é em sentido figurativo. Na minha profissão de futuro ex-titular, a solução final seria enfiar a naia e seus pânrios no deserto de Gobi pentearem macacos (embora na Mongólia pareça não haver tal espécie de primatas, mas nunca se sabe...)

Anônimo disse...

Pois é ... eu sinto que sou futura ex-professora. Como se faz uma greve de zelo na educação? Já uma vez propus isso e alguém (alguns)me explicou que não era possível ... desobediência civil só fora do recinto, penso eu. Jornadas de luta, acho que andamos nelas (alguns, claro). Ostracizar os media ... como?

Armando Nina disse...

Greve de zelo - no início de cada aula verificar se estão reunidas todas as condições mínimas previstas nas normas ministeriais, como cadernos diários dos alunos em ordem, material de escrita, limpeza da sala (neste caso o funcionário deve limpar qualquer vestígio de pó) e das carteiras, etc. (os maquinistas da CP são experts no assunto, nomeadamente quando circulam em velocidade de Segurança: 40km/hora e os horários entram em parafuso)
Ostracizar - é uma forma de vivência comunitária em terras de Barroso (ex: Vilar de Perdizes), Gerês e nordeste transmontano e que consistia em assumir atitudes de indiferença contra alguém; no caso dos media: publicamente incentivar a não compra de determinado jornal, enquanto que não mudasse determinada linha editorial, entupir as caixas de correio de Emails, denegrir a qualidade jornalística deste ou daquele chefe de redação, etc.

Armando Nina disse...

Aliás a nova lei de concurso de Profs Quadro Nomeação Definitiva, retira segurança a colocações para toda a vida. Os CE têm toda a legitimidade para expulsar qualquer prof., ou seja, estando, aparentemente, na calha para titularíssimo, posso ser colocado, em 2007/8 em Torre de Moncorvo, em 2008/9 em Mértola ou na ilha do Faial; isto até a vítima recusar e aceitar ir para casa a ganhar 20% do vencimento.
Quanto aos contratados, o disparate é o máximo, precisam de trabalhar 80 anitos, para aos 40 de serviço e aos 65 de reforma, terem direito a reforma completa, ou seja, como demonstrei numa postagem antiga: 1 caixote + 1 caixote + 1 caixote = 1 caixote (disparate matemático)e que é o corpo humano.

Anônimo disse...

Há realmente que repensar tudo isto. Não podemos desistir. Alguns, não desistiremos.