Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

segunda-feira, outubro 22, 2007

As Leituras do Nosso Descontentamento

Toda eufórica, madame La Ministre, pranteou-se perante os media e estes todos catitas entraram numa de permuta de salamaleques e perante os parvos e palermóides consumidores, afirmou, ou deu a entender, que devido à política educativa do seu Ministério, os Tugas estavam a ler mais, pelo menos, segundo as estatísticas enunciadas pela comissão que supervisiona o Plano Nacional de Leitura. Mas, houve alguns pormenores que ninguém referiu: 1 – Subsídio do porte pago à imprensa regional finiu e o número de leitores decaiu. 2 – Subsídio do Estado aos media/apoios filantrópicos (jornais/revistas nacionais – umas sérias e outras mais de fofocas medíocres) depende das médias mensais das tiragens; mesmo que as sobras sejam mais do que muitas. 3 – Subsídio/apoios filantrópicos do Estado aos media audiovisuais depende das audiências médias mensais e da disponibilidade à submissão das orientações, provenientes da central de controlo da informação do Governo Poder. Na realidade, se existem Bibliotecas Escolares, umas mais dinâmicas que outras, deveu-se mais à carolice de alguns professores tótós e à acção de alguns Conselhos Executivos que implementaram medidas geradoras de receitas, directamente alocadas à gestão corrente desses antros de perdição pela leitura e enriquecimento curricular. O ME nem um tusto direccionou para tais empreendimentos e se as Bibliotecas Escolares estivessem à espera de eventuais esmolas da Tutela, bem podiam confiar até que todos os interessados estivessem a fazer tijolo. No entanto, vem agora, chamar a si o mérito… quiçá do disparate da distracção. Se existiu algum engenho nacional, na defesa da importância desses centros, então as responsabilidades devem ser atribuídas à Dr.ª Teresa Calçada e não a uma qualquer monçanense travestida de alfacinha que, se vê nada peceber do metier; nem deste, nem do outro. Os livros, hoje, estando mais carotes, face à crescente baixa do nível de vida, apresentam uma alta taxa de rotação de stocks, como forma de obtenção de algum lucro; antigamente, o período de vida de um livro, nos escaparates, rondava 1 a 2 anos, mas, agora, ao fim de três meses vai para o armazém dos fundos. 13 000 edições livreiras por ano, algumas de qualidade duvidosa e que só vendem através de doses maciças de publicidade, parece um excesso, perante a estabilidade do número de leitores: são sempre os culpados do costume. É que com técnicas malabaristas, por parte de algumas editoras e autores (compra sub-reptícia por parte dos próprios), o número de exemplares vendidos dispara assustadoramente e assim, por vezes, a 1.ª e 2.ª edições esgotam-se ainda antes do book ser posto à venda. Em termos de manipulação de Estatísticas estamos conversados… Este Governo é um expert nestes expedientes à la carte.

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