Paula Maia
(Correio do Minho)
Vieram de vários pontos do distrito de Braga e não se coibiram em mostrar o seu descontentamento face à actual política educativa. Empunhando tochas, velas e cartazes com mensagens de protesto, cerca de 5000 professores concentraram, ontem à noite, na Avenida Central, naquela que foi seguramente, o maior protesto da classe docente na cidade de Braga.Jorge Saleiro integrou uma comitiva de 70 professores que vieram da Escola Secundária de Barcelos. Para além das velas, envergavam t-shirts pretas onde era possível ler-se a seguinte mensagem: ‘Estou de Luta pela Educação’. “O descontentamento teve o seu culminar na avaliação dos professores mas, o desencanto já vem desde o início do mandato desta ministra”, sustenta o docente barcelense. “Os professores têm aguentado muito desde a divisão artificial da carreira em dois sectores - professores e professores titulares - que foi uma medida com que a maior dos docentes não concorda”, prossegue.
Tal como a maioria dos docentes, Jorge Saleiro defende a demissão da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. “Acho que esta ministra tem revelado muita falta de tacto a lidar com os professores. Não lhe resta outra solução”.Contra o processo de avaliação, o estatuto do aluno, a nova gestão democrática. Contra o concurso a professor titular. Estas foram as razões evocadas por Amélia, docente da EB 2,3 de Palmeira para participar neste protesto. Relativamente à avaliação docente, a professora bracarense defende outro tipo de avaliação, “que terá de ser negociado pelas várias forças sindicais com um novo ministério da Educação”, refere Amélia. Defende também a saída imediata de Maria de Lurdes Rodrigues. “Algum ministro da Educação conseguiu mover os professores como esta?”, interroga a docente, considerando que “este é um movimento imparável”.
Apesar de no início se ter demarcado da convocatória que chegou aos docentes via SMS, o Sindicato de Professores do Norte, afecto à Fenprof decidiu apoiar a acção, revendo-se nos argumentos apresentados pelos professores. “Isto não pode continuar. São atropelos quer à legislação, quer ao respeito pela profissão. Chegou o momento de dizer basta!”, referiu ao CM, Júlia Vale.
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