A Plataforma Sindical deve reunir na próxima semana para começar a desenhar a estratégia para o 3.º período. Há quem considere a greve às avaliações a medida mais eficaz. A batalha vai passar para o campo político com as eleições.
Uma coisa os sindicatos parece que já decidiram: querem forçar os partidos a esclarecer as suas posições sobre as medidas mais polémicas de Maria de Lurdes Rodrigues, como a divisão da carreira docente, o sistema de quotas, a avaliação, o modelo de gestão escolar ou os concursos de professores.
A Fenprof admite, inclusivamente, publicar uma "brochura" com as posições dos partidos durante a campanha para as eleições europeias, que começa a 23 de Maio, "para que os professores votem em consciência" - justificou Mário Nogueira.
Os dois sindicalistas recusam a ideia de interferência dos sindicatos na batalha política e eleitoral.
"Não estamos a interferir. Não vamos dizer aos docentes para votarem em A ou B mas depois de quatro anos tão desgraçados temos quase a obrigação de tornar claro o que cada partido defende. Não vamos comentar, vamos divulgar", precisou.
O secretário-geral da Fenprof insiste as medidas de luta no 3º período serão "aquilo que os professores quiserem fazer, de um abaixo-assinado ou uma vigília, até greves por tempo indeterminado ou às avaliações". Mário Nogueira remete todas as decisões para a semana de consulta aos docentes que os sindicatos vão promover na primeira semana do 3.º período, entre 20 a 24 de Abril.
Já o presidente do Fenei/Sindep, apesar de sublinhar que nenhuma decisão está ainda tomada, considera a greve às avaliações a medida "mais eficaz".
Uma paralisação aos exames não tem "grandes consequências por ser limitada por serviços mínimos", argumentou ao JN Carlos Chagas. No entanto, defendeu, as avaliações - ou seja a publicação das notas - já não poderão ser limitadas por serviços mínimos, "pelo que todo o processo poderá ser atrasado, com muito maiores consequências", principalmente para os alunos do 12º ano, que têm de candidatar-se ao ensino superior. A ideia do Sindep, explicou Carlos Chagas, é de colocar no endereço electrónico do sindicato propostas de acções de luta para os seus associados votarem por email.
A reunião da Plataforma Sindical deve realizar-se na próxima semana, avançou ao JN Mário Nogueira. O objectivo, explicou o líder da Fenprof é o de aferir "o envolvimento de todos os sindicatos nas acções de luta do 3º período". Ao contrário do Sindep, a Federação não planeia recolher votações on-line mas sim através das reuniões que se irão realizar durante a semana de consulta. Cerca de 250 por dia, estima Mário Nogueira para a iniciativa chegar a todas as escolas do país.
"O objectivo é ouvir o máximo de professores possível. Não podemos avançar com uma forma de luta que não terá adesão", afirmou Nogueira ao JN. A dirigente da FNE, Lucinda Manuela remeteu a posição da Federação para depois das reuniões dos seus órgãos dirigentes.
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