À partida o sucesso educativo, nas escolas públicas não profissionais, é um ponto de honra garantido nas leituras positivas das estatísticas educacionais nos cursos profissionais, nestes últimos anos.
Por outro lado, todos sabemos, não é possível enquadrar comportamentos sociais dos alunos dos cursos profissionais com um Estatuto do Aluno, direccionado para os alunos dos cursos gerais; ou seja, a realidade social não tem sido acompanhada por políticas educacionais realistas, nomeadamente com a tomada de decisões estruturantes que possam enquadrar-se numa verdadeira política educativa. Com medidas conjunturais ou burocratizantes não é possível construir uma filosofia do saber e do sentir do capital humano.
Estes alunos, normalmente provenientes de famílias destruturadas, cujo rendimento dependerá da frequência dos respectivos educandos nos ditos cursos, sabem que, mais cedo ou mais tarde, hão-de passar, nem que seja por interesse da imagem da própria escola que é transmitida para a comunidade e porque também a sua sapiència inclui outras variáveis que não são controláveis pelos pelo resto da comunidade educativa:
1. A ausência de alunos matriculados, em tempo útil, pode influenciar o número de turmas e consequentemente o número de horários de professore e a quantidade de auxiliares de acção educativa.
2. Não é indiferente os alunos que contra todas as expectativas resolvem mudar de estabelecimento de ensino, quando a concorrência resolve captar essa matéria-prima em transformação, através de técnicas do marketing de guerra.
3. Estes alunos, normalmente tiveram percursos sinuosos, com frequência de CEFs, que foram rejeitados pelas escolas profissionais privadas ou privadas de capitais públicos e sabem que nada lhes pode acontecer, mesmo que haja agressão a outras pessoas. MLR até ao aparecimento dos Ovos Voadores Não Identificados (OVNIs), sempre os considerou como vítimas dos malandros dos professores.
4. Segundo o Estatuto, estes alunos nunca poderão ser sujeitos à obrigatoriedade de executarem tarefas de enriquecimento social comunitário, desde que os encarregados de educação as considerem humilhantes.
Ora, perante estes cenários de conflitualidade relaccional, parece que o Governo deveria sair das ambiguidades normativas e definir medidas alternativas de integração social.
Claro que por mais faltas disciplinares sejam assinaladas, com os devidos procedimentos normativos subjacentes, por mais conversas, de caixão à cova, que as direcções têm com os alunos, a situação tende a não melhorar, já que os pais também têm tendência em colocarem a Escola no centro das suas disputas conjugais e/ou familiares e assim deitarem gasolina na fogueira.
É evidente que os alunos também descarregam em professores e funcionários todo o seu pesar de conflitualidade que se vai acumulando dentro da família (Violências Familiares).
Na realidade, nem todos os professores estão preparados para enfrentar situações desta natureza, com a agravante de a Tutela os proibir de responder por tabela, principalmente quando o controlo das associações de estudantes, por parte das juventudes partidárias (chegam a ser contabilizados, em campanhas eleitorais, despesas da ordem dos 6/7000 €) é considerado como uma acção primordial para arrebanhar as massas.
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