No programa da RTP1, Portugal em Directo, do dia 27 de Dezembro, foi apresentada uma reportagem sobre o cantar das janeiras em Tourém (Montalegre) e em que ficou subententida a ideia de que as tradições se enquadrariam no facto da aldeia se situar dentro do Coto Mixto.
Promover o Turismo, em Terras de Barroso, é louvável, mas a informação não se devia enredar por caminhos algo dúbios.
Ora, este território era constituido por 3 Povos Galegos (Meaus: parroquia de Tosende, Concelho de Baltar; Santiago e Rubiás dos Mistos: Concelho de Calvos de Randín) e por outros 4 pertencentes ao Concelho de Montalegre, como Mourilhe (as zonas Galegas protestaram contra o facto de não ficarem beneficiadas com os rendos provenientes da implantação de torres de produção de energia eólica), Padroso, Donões e Sabuzedo (?).
Havia também uma extensão de direitos a quem circulasse no caminho que terminava em Tourém.
Havia gentes de Tourém que se encontravam dentro do Couto, embora a Aldeia não estivesse circunscrita nela, tal como acontecia com Tosende.
Fontes Adicionais:
http://www.tinet.cat/~sag/pepe/cotomixt.htm
http://www.gruposcout217.net/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=157
http://cubainnovacion.blogspot.com/2009/05/couto-mixto-tierra-de-nadie-tierra-de.html
Os Povos deste território até meados do século XIX usufruíam de determinados Regalias/Direitos que foram sucessivamente extintos, embora os laços de fraternidade continuassema perdurar no tempo.
É desta forma que se enquadra todo o movimento de solidariedade que se manifestou, durante a Guerra Civil, em termos de acolher refugiados galegos, em Terras de Barroso, em casas de lavradores abastados e que se situassem em locais de difícil acesso (acesso pelo meio dos montes, como Medeiros; Rebordelo, etc.).
Todo o trabalho de coordenação pertenceu à Casa do Capitão de Padornelos que tentou colocar em segurança cerca de uma centena de refugiados. para a Casa do Capitão de Rebordelo foram enviadas 3 pessoas: Um que tinha estado no Brasil (José Dominguez, residente em Tosende, em que uma das filhas, sob pressão da Guardia Civil Franquista, acabou por se suicidar) conseguindo iludir as rusgas da PIDE/GNR no falar com sotaque vincado de brasileiro e apresentava-se na condição de hóspede; dos outros dois, primos provenientes de Rubiás, um (Rafael …) esteve por duas vezes refugiado, primeiro como jornaleiro e depois escondido, apenas durante 4 meses numa divisão (só saía à noite), quando teve de regressar à Galiza por questões de saúde, visto que ao ser acometido de tosse persistente, tornou-se suspeito a outros jornaleiros portugueses (pensou-se que a PIDE tinha infiltrado um bufo).
Mais tarde, em meados de 1945, regressou a Montalegre e contou a sua odisseia de sobrevivência perante o ajuste de contas franquista, ao fazer-se passar por doido…
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