Princípios dos anos vinte do século XX, Portugal encontrava-se em crise financeira e económica profunda (desemprego crescente), com dívida externa bastante gravosa e uma dívida pública superior às disponibilidades da receita arrecadada.
Em dois anos abriram e fecharam 44 Instituições Financeiras e o Banco de Aveiro bateu todos os recordes, em termos de volume de depósitos, tempo de duração (3 meses) e o propósito de sacar dinheiro.
Perante cenários desta natureza o Estado, através de um PEC patriótico, decidiu equilibrar as contas públicas e relançar o desenvolvimento económico, através da venda (ao desbarato: pechincha devido à crise) de Empresas Públicas e elaborar uma adequada Pauta Aduaneira.
Coincidência das coincidências, quer a alienação das empresas por hasta pública quer construção da nova Pauta serviram os interesses económicos de Alfredo da Silva, na sua acção de consolidação do grupo CUF.
Na altura, os ministérios da Fazenda (Finanças) e do Fomento (Economia) estavam na mão de um célebre político da 1ª República, antigo e futuro funcionário de Alfredo da Silva.
Noventa anos depois, Portugal encontra-se em crise, com desemprego crescente e dívida externa e dívida pública muito acima das respectivas potencialidades económicas, ou seja, está a a Poupança externa a suportar/subsidiar o nosso aparente desenvolvimento económico.
Tal como na altura, o novo PEC advoga idênticas medidas, como a privatização (venda ao desbarato) de participações do estado no mundo empresarial.
Resta saber quem vai beneficiar com estas decisões...
Portugal e os Portugueses irão perder, na medida em que as magras receitas assim obtidas não poderão ser abatidas à dívida pública, mas apenas o montante dos respectivos Juros.
A crise é apenas um motivo justificativo para a alienação de determinados bens a favor de determinados interesses.
Portugal continua a ser um País Adiado...
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