Em algumas escolas, as ordens de serviço ou convocatórias para a execução podem estar feridas de legalidade, mas os professores aceitam-nas, porque acabam sempre por serem os mais prejudicados, não por medidas de retaliação da gestão, mas porque reconhecem que sem suor não pode haver benefício.
Um dos aspectos mais interessantes e paradigmáticos dessas contradições, passou-se durante a pausa lectiva do Natal em que as direcções das escolas resolveram marcar reuniões para o dia de Sábado, porque a quadra natalícia (mais a tolerância de ponto) começava na tarde da Quinta-feira seguinte.
Muitos protestaram, a maior parte por via anónima, sobre o facto de a lei apenas autorizar a existência de trabalho na escola apenas durante cinco dias por semana.
A Gestão de cada uma das escolas da área administrativa da DREN, reconhecendo o erro recuaram.
Em algumas destas escolas, os horários das reuniões foram refeitos (cumprindo escrupulosamente todos os itens normativos) e muitos dos professores, principalmente os contestatários, verificaram estupefactos que elas se prolongariam até meados da segunda semana da pausa lectiva. Na pausa do segundo período, todos os professores fizeram um abaixo-assinado solicitando à direcção para, subvertendo os procedimentos normativos, abreviar a duração dos períodos de avaliação.
Em outras escolas, as respectivas Direcções solicitaram aos directores de turma onde houvesse professores contestatários (sem os identificar) que referissem a existência dessas impossibilidades e que as reuniões não realizadas seriam agendas para data posterior às já marcadas. Alguns dos professores, quiçá dos contestatários, devem ter reparado que o número elevado de reuniões anuladas poderia prolongar-se para a segunda semana da pausa lectiva e tomaram consciência de que a pausa passaria a trabalho suplementar e ficaram calados, porque todos os D.T. comunicaram que não havia professores que estivessem contra o calendário proposto.
Num terceiro grupo de escolas, as direcções pediram que os professores se identificassem e ficassem responsáveis perante os demais, pelo facto das respectivas reuniões poderem prolongar-se no tempo (segunda semana).
Claro que ninguém assinou…
Seria interessante que as Direcções ignorasse esse procedimento e aplicassem a lei, na medida em que alguns dos contestatários já tinham feito reservas de férias no Pacífico Sul.
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