Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

segunda-feira, abril 05, 2010

Os Protocolos do Vaticano...

O padre Cantalamessa, pregador oficial da Casa Pontifícia,  durante homilia da missa da Sexta-Feira Santa, disse que os judeus têm sido vítimas de violência coletiva tal como acontece com os actuais ataques à Igreja Católica em relação ao escândalo dos supostos casos de Pedofília por parte de alguns sacerdotes e com a cumplicidade silenciosa da Hierarquia da Igreja.
Ora, esse discurso, baseado numa suposta missiva de um não identificado amigo judeu que lhe tinha sido enviada, afirmava que essas acusações lhe lembravam dos mais vergonhosos aspectos do antissemitismo. Acrescentando que o uso de estereótipos, a atribuição da responsabilidade e da culpa que é de uma pessoa ao coletivo seria semelhante às perseguições aos Judeus durante (Pogrons? Noite de Cristal? Campos de Concentração?)
Esta versão oficiosa numa cerimónia oficial de existência de uma insidiosa conspiração por parte forças obscurantistas e ateístas, leva-nos a pensar que estamos perante um reviver dos falsos Protocolos do Sião, tão propalados durante a primeira metade do século XX e que tinham como objectivo denegrir os Judeus (verdadeiros ou não; todos os que se opunham às políticas mais conservadoras das respectivas sociedades), como únicos responsáveis de todas as maleitas que assolaram o mundo.
Comparar o que não é possível comparar demonstra apenas a fragilidade do Vaticano para lidar com um fenómeno historicamente aceite, como fazendo parte dos fundamentos do aparelho administrativo do catolicismo.
Basta ver os comportamento de Alexandre VI (Bórgia e respectivos filhos), de Pio XI (salas do Vaticano frequentado livremente por crianças consideradas como sobrinhos) e Pio XII (Benção pública a uma delegação das SS...).


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