Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

domingo, agosto 22, 2010

Fogos Florestais - Os não Culpados

Todos os anos o cenário repete-se, apesar dos falsos apelos ao civismo de comportamentos de cidadãos negligentes, potencialmente criminosos.
Antes do 25 de Abril de 1974, houve grandes incêndios que provocaram vítimas (Sintra: cerca de 19 militares; Boticas: um engenheiro florestal; etc.) e que foram combatidos sem recurso a meios aéreos. 
Foram grandes Fogos que não se tornaram maiores porque, ainda que insípidamente, havia uma preocupação pelo estado de conservação, limpeza de mato, processo de ripagem e investigação silvícola (circunscrição florestal da Marinha Grande).
Havia Engenheiros florestais que criaram e tentavam dinamizar Viveiros Florestais (Covilhã junto do parque das merendas; Montalegre na zona do Ourigo; etc.), apesar de haver um desinterresse político sobre esse assunto por parte da DGSFA e da maioria dos Administradores florestais e que tendiam a destruí-los.
Havia intervenções culturais, como os cortes selectivos/desbastes e cortes fiscalizados por Técnicos florestais tal como nas queimadas, e as desramações.
A recolha de restos de mato provocado pelos cortes geravam a chamada receita extraordinária, tal como a pastorícia na floresta pública.

Agora:

1 - Cortes à vontade dos madeireiros; Cortes selectivos inexistentes;
2 - Limpeza nula;
3 - Investigação Silvícola comporta custos inadmíssíveis;
4 - Pastorícia bastante condicionada;
5 - O ICN tem proibido, nos últimos 25 anos, as Câmaras Municipais da área do Parque da Peneda-Gerês de procederem a processos de limpeza, com o argumento de que é uma zona protegida e de que nada se pode destruir (excepto pelo fogo, porque aí existem fenómenos potencialmente lucrativos).
6 - Subsidiarização do plantio de eucaliptais e o abate de sobreiros, azinheiras e folhosas;
7 - Extinção dos Guardas Florestais e desleixo sobre a degradação de todo o património florestal público;
8 - Proibição de plantio/reflorestação de árvores (pouco interessantes para as indústrias da madeira) em propriedades privadas;
9 - Desinteresse na implementação de uma política de reflorestação, ainda que de prevenção a fogos florestais ou de progressiva erosão dos solos (toda a encosta da Serra da Estrela que rodeia a cidade da Covilhã; etc.);
10 - Condicionamento de actividades agrícolas em regiões REN (excepto se houver intenção de construção urbanística, por parte de alguns compadres, estilo PIN???) , ainda que possam prevenir o desenrolar de Fogos; 
11 - Etc.

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