Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

quinta-feira, novembro 03, 2011

Marketing ou Embuste do Sucesso...

Em alguns países, como Portugal, a arte de vender livros parece justificar os meios usados, embora, por exemplo, nos USA, tais práticas sejam duramente sancionadas.
Isto a propósito do último livro de José Rodrigues dos Santos que antes de ser lançado no mercado, já tinha esgotado a 1.ª edição com 60 000 exemplares vendidos.
No dia do lançamento oficial, as livrarias já só exibiam a 2.ª edição, levando ao engano, os clientes sobre o virtual sucesso da obra.
Na verdade, cerca de metade das supostas vendas da 1.ª edição ainda estavam por vender e segundo algumas fontes do Meio, como livreiros e outros agentes literários (um hábito banal!!!), estas discrepâncias são perfeitamente normais, tal como acontece com a tiragem diária dos jornais ou com a falsificação/manipulação de dados em muitos dos estudos científicos por causa dos respectivos financiamentos.
Esta forma de agressividade leva a que muitos leitores se sintam defraudados, porque comprar uma 1.ª edição já não tem o mesmo valor simbólico de aquisição de outras edições e por outro lado, leva os potenciais leitores a duvidarem da qualidade da obra e da falta de ética da editora.
Muitas outras editoras fabricam falsos sucessos literários com consequências futuras nefastas no mercado livreiro.
A ânsia por cativar públicos atinge o cúmulo do disparate, quando a editora Tinta da China anuncia a 1ª e a 3ª edições no mês de Setembro de 2011 (Diamantes de Sangue...) ignorando que entre as duas devia haver uma 2ª, que parece nunca ter existido.
As responsabilidades sobre expetativas criadas e não concretizadas, sobre outras obras literárias, também se aplicam aos próprios autores como o autor do Abrupto (vida de Álvaro Cunhal) ou aos dois simultaneamente Ken Follet e Editorial Presença, etc.
14 000 obras literárias editadas todos os anos em Portugal, algumas repetidas, embora com títulos diferentes em editoras diferentes, constituem apesar de tudo um excesso de oferta, perante um mercado potencial reduzido e por isso mesmo devia haver uma maior acuidade sobre a forma de captarem outros públicos evitando afastar os habitués.

Um comentário:

Moriae disse...

Muito mau ... : /