Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

segunda-feira, janeiro 09, 2012

Ex-Professores: Empresários Assalariados

Anos 80, inúmeras pessoas iniciaram-se no mercado de trabalho, enquanto estudavam, concorrendo nos mini-concursos; o bago sempre dava para pagar os extras que os papás não subsidiavam.
Depois de acabarem as respetivas licenciaturas continuavam com o mesmo esquema até encontrarem outra forma de trabalho.
O problema eram os alunos serem demasiado irriquietos ou os horários muito espartanos ou o vencimento ser muito pouco ou ter de fazer de saltibanco anualmente.
Muitos saíram para novas oportunidades públicas enquanto que  outros tornaram-se empresários infinetisimais:
  1. Horário do chefe livre.
  2. Patrão declarava sempre rendimentos inferiores ao montante mínimo para ficar isento de apresentação de declaração de IRS.
  3. Segurança Social era perspetivada como um sorvedouro inútil dos rendimentos ganhos honestamente!
  4. Faziam depósitos bancários utilizando familiares, com emprego legal, como intermediários e assim escaparem aos olheiros das finanças.
  5. Chapa ganha, chapa gasta.
  6. Férias em cruzeiros ou em ilhas do pacífico ou em outros destinos exóticos.
Durante as contestações dos professores tornaram-se fãs irredutíveis de MLR e da Barbie e do José..., insultando professores como parasitas e que raramente sabiam trabalhar no duro (professores que pagaram normalmente os impostos sobre o trabalho para o Estado...), antigos colegas, que não fugiram das dificuldades e de outros escolhos que estão subjacentes à profissão de professor.
Agora a crise também os apanhou e passaram a auferir vendimentos/lucros de salário mínimo, porque os consumidores começaram à procura de negócios da china mais baratos, e agora também querem que o Estado os ajude a sustentar o carnaval...
Agora querem que os professores também sejam os seus clientes preferidos, apesar de continuarem a defender o fim dos subsídios aos funcionários do Estado, que pouco fazem e ganham mais do que eles.
Agora também não desejam que emigrem (baixa no consumo de: fotocópias, restauração, estampas de artistas plásticos, etc.) e porque às tantas, ainda podem sacar nichos de oportunidades que deveriam estar reservados para os tais empresários vão-de-escada.
Agora querem que familiares, professores ou funcionários públicos, vendam bens de herança, através da chantagem emocional, para poderem sobreviver e manterem pelo menos as aparências de empresários livres.
Agora ainda continuam a olhar com desdém para os professores porque consideram que Sócrates não foi suficientemente duro e Passos Coelho parece que tem medo de cortar nos direitos desses falsos trabalhadores.
Agora continuam a querer beneficiar de oportunidades anteriores (agora sem cheta...), como não pertencer ao SNS, evitar listas de espera e ter atendimento personalizado em consultórios de professores catedráticos / chefes de serviço de hospitais centrais.
Agora...

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