Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

sábado, julho 21, 2012

Os Professores do Führer...?

 Para o sucesso de um programa de apoio ao sucesso e prevenção do abandono escolar é necessária a contribuição de todos os docentes de carreira. Considerando a necessidade de garantir a ocupação de tempos lectivos a todos esses docentes relativamente aos quais se venha a verificar a ausência ou insuficiência de componente lectiva, cumpre estabelecer orientações para a melhoria da distribuição de serviço docente em cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada.

As medidas seguintes serão assim concretizadas sem recurso a contratações

1. Organizar a “oferta de escola” prevista no artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de Julho, ajustada aos recursos humanos existentes na escola.

2. Desdobramento das turmas do ensino profissional na vertente de formação específica /técnica, tendo em conta os recursos existentes em cada escola


3. Definir Projectos e acções das escolas no âmbito do programa de apoio ao sucesso escolar e prevenção do abandono escolar, ao abrigo do artigo 17.º do despacho normativo n.º 13 -A/2012

No fundo, Nuno Crato sempre quis livrar-se do maior número de professores, mas sem custos demasiados ao nível eleitoral, tal como aconteceu no passado recente.

Para já são os Contratados que talvez tenham alguma sorte, no próximo concurso (muito nublado...), ao estilo de muita parra e pouca uva.
  1. Por outro lado, nas vigílias, poucos eram os contratados.
  2. Não estão filiados em sindicatos, porque consideram que é um desperdício de dinheiro, já que essas organizações nada fazem
  3. Quando havia greves, respondiam que tinham uma família e não podiam gastar dinheiro, em viagens, mesmo quando eram os sindicatos, dos sindicalizados que são na sua maioria QE, a suportarem tais custos. 
 Cerca de 25 000 Professores Contratados irão proximamente engrossar o desemprego. Será que ainda não tomaram consciência desta nova realidade?
 Agora, aparentemente, terá havido um recuo (estratégico) de desorientação na política educativa.

Vejamos o que está definido, principalmente, nos pontos 2 e 3, de que é possível haver desdobramento em várias disciplinas, mesmo em turma com menos de 20 alunos, ou seja, se antes uma turma tinha 20 alunos, agora, pode ter dois professores, isto é, um professor com 10 alunos e outro professor com o outro turno.
Antes, apesar de todas as polémicas, as turmas teriam de ter, no mínimo, 28 alunos e agora já podem ficar com 10?

Parece-nos um grande Doce que se poderá tornar muito amargo no futuro

Ao proporem desdobramentos nas disciplinas, só com os professores do quadro, as escolas, as direcções e o pessoal docente, estão tacitamente a aceitar que é preferível ter um emprego, mesmo que trabalhem mais horas.


A maioria do QE/QA leccionam 14 horas lectivas, mas a partir deste próximo ano lectivo, estarão a dizer ao ministério que, em vez do desemprego, não se importarão de trabalhar 28 horas lectivas por semana: trabalho extra sem pagamento adicional.

Pela mesma ordem de ideias, o MEC, no futuro, irá impor medidas draconianas que provocarão, emocionalmente uma saída prematura, de muitos professores dos quadros.

Nuno Crato não perdeu, adiou a batalha final, para uma data mais favorável, dividindo as hostes, entre professores do quadro de escolas e professores de zonas pedagógicas perante professores contratados.

Estes últimos parecem aceitar pacificamente a ida para o agouce e culpando os outros professores, nunca virando baterias contra o MEC.


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