"...O problema do controlo das ausências de trabalho justificadas por atestado médico é complicado, dado que não se pode questionar a capacidade técnica do médico que o passa. Uma das formas, indirecta embora, de regular este tipo de processos é através de mecanismos de mercado, ou seja, através do custo associado à decisão. Se eu estiver com uma gripe ligeira, e não tiver qualquer custo associado à obtenção de um atestado, então será racional da minha parte utilizar esse recurso porque estarei melhor em casa. "
Causa um sentimento de perplexidade artigos desta natureza, quando se tenta justificar a bondade de algumas das medidas do Governo, derivando para conteúdos de natureza diversa.
A contestação não residirá nos simples atestados médicos por doença duvidosa, mas nos que afectam outro tipo de patologias. Não é sério tentar comparar uma gripe simples com doenças incapacitantes como a esclerose múltipla ou com atestados médicos de robustez física ou com situações derivadas de uma mastectomia linfática total ou sobre a necessidade de ser vacinado em pessoas de baixos rendimentos.
Se qualquer benefício social se deve reger pelo comportamento dos mercados, então o porquê da defesa de um Estado Social?
Imaginemos que um professor da Escola de Economia da Universidade do Minho fica com gripe tipo H1N1.
Por lei é obrigado a ficar resguardado em casa de forma a evitar contágios e ao mesmo tempo tem de pagar a justificação das ausências.
E se se recusar a ficar de baixa? A Presidência da EEG instaura um processo disciplinar e o Ministério Público um processo crime.
Não existe liberdade para os agentes económicos moldarem os comportamentos segundo as leis do mercado?
Por outro lado, o tipo de argumentação parece não estar de acordo com as competências científicas reconhecidas internacionalmente da Prof. Doutora Margarida Proença da EEG da UMinho ou será que não foi a própria, o verdadeiro autor desta peça...?
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