A riqueza de um país não se mede pela extensão de seu território, pelos números da sua população, mas pela educação do seu povo. Apesar da crise, é fundamental que a educação, a formação e a cultura ocupem o centro das políticas e constituam uma prioridade do investimento público, se queremos garantir o desenvolvimento e o progresso.
A necessidade de racionalizar meios e recursos não deve prejudicar o investimento continuado e consistente nestes três vetores pois eles constituem a alavanca de saída da crise, porque promovem o enriquecimento cultural dos cidadãos, o reconhecimento dos valores universais e a consolidação da democracia.
Criar condições para o exercício da educação e da cultura, entendidas como dimensões de cidadania, são elementos fundamentais para a coesão e para o desenvolvimento económico, social e sustentável do país. A arte, a cultura, a ciência e o desporto são instrumentos poderosos de construção de valores, identidades e de perspetivas de futuro. É urgente conjugar esforços sociais, políticos e morais para implementar a educação e a cultura como bens portadores de valor acrescentado, geradores de riqueza e crescimento, fonte de sentidos, de identidade, de conhecimento e de transformação da nossa sociedade.
É forçoso confiar na nossa capacidade de adaptação à realidade atual e relembrar que a história já demonstrou que os momentos de crise são também uma nova fonte de oportunidades.
Investir na cultura e na educação é criar oportunidade de reforçar e valorizar a defesa do património, das artes, da gastronomia, do nosso saber e do nosso fazer e de expansão da história.
É ainda, promover ações que apoiem a criação, circulação e produção de bens e serviços culturais promotores da economia solidária;
É fomentar a cultura da cooperação e da sustentabilidade;
É promover a valorização do ambiente como parte integrante do património cultural.
Como diz Paulo Freire, a educação sozinha não transforma a sociedade, mas sem ela, tampouco a sociedade se transforma.
Se a educação e a cultura são caras, experimente-se a ignorância!
E, contrariando o triste colorido dos tempos que vivemos, pintei uma mensagem de Natal, que aproveito para vos entregar:
Se fosse possível colocar num cartão de natal todos as mensagens que me enchem o peito, o cartão seria do tamanho de um jornal!
Escrevia-as com palavras redondas e bem desenhadas a lembrar os elos de uma corrente e pintava-as de cores diferentes conforme o significado!
De verde, pintava a esperança num mundo mais justo, fraterno e solidário! Enchia de confiança os olhos vazios de cada criança e transformava o medo em força e coragem para rasgar os caminhos do futuro!
De azul, pintava a memória do povo que nos deu identidade e carregava de sentido a herança da língua portuguesa!
De amarelo, pintava a educação, o conhecimento, a sabedoria e tudo o que tivesse valor! Fazia com que progresso rimas-se com sucesso e harmonizava raças e culturas!
De branco, pintava milhões de sorrisos, matizava os corações de amizade e plantava sementes de paz e justiça!
De dourado pintava o fado, a literatura, a música, o teatro, a dança, o folclore e todas as tradições! Preservava, valorizava e divulgava todo o património imaterial cujas origens, tantas vezes, se perdem no tempo!
Por fim, contornava a negrito todas as cores, com um traço mais carregado, onde se destacassem as palavras reflexão, inovação, criação e limpava do cartão a solidão e a ingratidão!
Maria da Graça Moura
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