Neste concelho, pertencendo à área da direcção regional do
centro, o processo de agregação parecia um procedimento simples e pacífico,
porque ambas as directoras de cada uma escolas secundárias, futuras presidentes
das CAPs, aceitavam a agregação de escolas da cidade de Ovar, tal como já tinha acontecido
em Esmoriz.
O problema surgiu em
Ovar, por causa dos territórios educativos afectos a cada uma das secundárias.
Numa primeira fase, a Júlio
Dinis (escritor) agregava com a EB2/3 de Ovar norte (frequentada por classe
média/alta da cidade) que lhe estava mais próxima e vizinha; unicamente separadas
por um miserável obstáculo.
A Macedo Fragateiro (excelente
professor de Histórico-Filosóficas desta escola) ficava com as EB2/3 mais
proletárias (uma das quais muito próxima: Ovar sul) e aí corria-se o risco de o
fluxo de alunos a frequentarem a escolaridade obrigatória, enviesar futuros
resultados dos rankings, principalmente dos exames nacionais do ensino
secundário.
Claro que a chefe da última não aceitou e vai daí, resolveu
encetar uma cruzada, quiçá apostólica
romana e abençoada por roma, pela reposição da verdade.
Era vê-la rezar em todos meios, manhã, tarde e noite fora; muitas das vezes, houve
testemunhas anónimas que cronometraram o número de horas diárias e que ultrapassariam
as 48; passeou-se por todas as
capelinhas de Ovar e arredores, passando por Coimbra e desembocando, no alto do
Bairro da Madragoa e aí, parece que se deu, novamente, o milagre das rosas, take 2…
Por desígnio nacional, talvez com um sussurro da troika, o
MEC alterou a composição dos territórios educativos.
A Macedo Fragateiro obteve
o que queria e a Júlio Dinis ficou com as outras 2 EB2/3 que distam, da sede,
uma a 1 Km e outra a cerca de 5 Km.
Agora a guerra entre as duas parece que irá passar para os
salões solenes partidários, onde as facadas nas costas e os mal-dizeres, do
estilo de alcunhas alentejanas, serão o prato forte.
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