Leiria: a partir das 15 horas, na Fonte Luminosa.
Covilhã: a partir das 17 horas, no Largo do Pelourinho (junto à CMC).
Texto da Convocatória:
É preciso fazer qualquer coisa de extraordinário. É preciso tomar as
ruas e as praças das cidades, das nossas cidades e dos nossos campos.
Juntar as vozes, as mãos. Este silêncio mata-nos. O ruído do sistema
mediático dominante ecoa no silêncio, reproduz o silêncio, tece redes de
mentiras que nos adormecem e aniquilam o desejo. É preciso fazer
qualquer coisa contra a submissão e a resignação, contra o afunilamento
das ideias, contra a morte da vontade colectiva. É preciso convocar de
novo as vozes, os braços e as pernas de todas e todos os que sabem que
nas ruas se decide o presente e o futuro. É preciso vencer o medo que
habilmente foi disseminado e, de uma vez por todas, perceber que já
quase nada temos a perder e que o dia chegará de já tudo termos perdido
porque nos calámos e, sós, desistimos.
O saque (empréstimo, ajuda, resgate, nomes que lhe vão dando consoante a
mentira que nos querem contar) chegou e com ele a aplicação de medidas
políticas devastadoras que implicam o aumento exponencial do desemprego,
da precariedade, da pobreza e das desigualdades sociais, a venda da
maioria dos activos do Estado, os cortes compulsivos na segurança social,
na educação, na saúde (que se pretende privatizar acabando com o SNS),
na cultura e em todos os serviços públicos que servem as populações,
para que todo o dinheiro seja canalizado para pagar e enriquecer quem
especula sobre as dívidas soberanas. Depois de mais um ano de
austeridade sob intervenção externa, as nossas perspectivas, as
perspectivas da maioria das pessoas que vivem em Portugal, são cada vez
piores.
A austeridade que nos impõem e que nos destrói a dignidade e a vida não
funciona e destrói a democracia. Quem se resigna a governar sob o
memorando da troika entrega os instrumentos fundamentais para a gestão
do país nas mãos dos especuladores e dos tecnocratas, aplicando um
modelo económico que se baseia na lei da selva, do mais forte,
desprezando os nossos interesses enquanto sociedade, as nossas condições
de vida, a nossa dignidade.
Grécia, Espanha, Itália, Irlanda, Portugal, países reféns da Troika e
da especulação financeira, perdem a soberania e empobrecem, assim como
todos os países a quem se impõe este regime de austeridade.
Contra a inevitabilidade desta morte imposta e anunciada é preciso fazer qualquer coisa de extraordinário.
É necessário construir alternativas, passo a passo, que partam da
mobilização das populações destes países e que cidadãs e cidadãos
gregos, espanhóis, italianos, irlandeses, portugueses e todas as pessoas
se juntem, concertando acções, lutando pelas suas vidas e unindo as suas
vozes.
Se nos querem vergar e forçar a aceitar o desemprego, a precariedade e a
desigualdade como modo de vida, responderemos com a força da
democracia, da liberdade, da mobilização e da luta.
Queremos tomar nas
nossas mãos as decisões do presente para construir um futuro.
Este é um apelo de um grupo de cidadãos e cidadãs de várias áreas de
intervenção e quadrantes políticos. Dirigimo-nos a todas as pessoas,
colectivos, movimentos, associações, organizações não-governamentais,
sindicatos, organizações políticas e partidárias, que concordem com as
bases deste apelo para que se juntem na rua no dia 15 de Setembro.
Dividiram-nos para nos oprimir. Juntemo-nos para nos libertarmos!
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