Ocorrências do dia 18 de janeiro de
2013
Comunicado da Direção:
Na sequência das diferentes notícias e
mensagens publicadas após as ocorrências do dia 18 de janeiro
de 2013 nesta escola e no intuito de
garantir o melhor esclarecimento de todos os interessados e de
todas as pessoas que interpelaram esta
instituição sobre este assunto, considerámos ser fundamental
clarificar o seguinte:
1. Às 08h11 do dia 18 de janeiro, a
diretora da ESAS, recebeu o telefonema de um dos seus colegas,
assessor da direção, informando-a de
que os alunos tinham colocado um cadeado no portão da
entrada da escola e que se estavam a
manifestar, pacificamente, contra a decisão de agregação
da escola;
2. A diretora informou o assessor que,
atendendo ao caráter pacífico da manifestação, em poucos
minutos estaria na escola e que
deveriam aguardar pelas suas orientações no sentido de se
regularizar a entrada de alunos e
profissionais no edifício;
3. Nenhum membro da direção da escola
estabeleceu qualquer contacto ou solicitou a intervenção
das forças de segurança;
4. Quando a diretora chegou à escola,
por volta das 08h30, já as forças de segurança se
encontravam no recinto;
5. A diretora verificou, no imediato,
que havia alunos do 7º ano de escolaridade a atravessar, a
correr e de uma forma desregrada, a
rua que serve a entrada da escola;
6. A diretora da escola procurou as
forças de segurança já presentes no recinto solicitando:
- a supervisão imediata da rua no sentido de se evitar qualquer tipo de acidente, o que, para a diretora, parecia ser a questão de maior emergência no momento;
- o acompanhamento da diretora no sentido de se proceder à abertura, pacífica, do edifício da escola, depois de esta conversar com os alunos, como acontece em todas as circunstâncias deste tipo.
7. As ações desencadeadas pelas forças
de segurança durante todo este período e até à entrada da
diretora no edifício da escola, constam de um relatório pormenorizado que
será remetido ao
Ministério da Educação e Ciência
(MEC), com conhecimento ao Comandante da Polícia de
Segurança Pública de Braga. Caberá ao
MEC a divulgação, ou não, das matérias que integram o
referido relatório. Assim, esta
direção não emitirá, neste comunicado, qualquer parecer sobre
este assunto.
8. A direção da escola considera, porém,
ser da mais elementar justiça, registar os longos anos de
colaboração com a PSP de Braga,
nomeadamente no âmbito do Programa «Escola Segura»,
colaboração essa especialmente
profícua na garantia da segurança dos alunos e profissionais da
ESAS,
e no quadro de uma ação que se
tem pautado por uma articulação
sistemática de
procedimentos, no escrupuloso respeito
pelas competências e responsabilidades específicas das
diferentes organizações envolvidas;
9. Após a entrada da diretora no
edifício, procedeu-se à abertura das instalações garantindo-se as
condições necessárias ao funcionamento
regular das atividades letivas.
10. A diretora contactou, no imediato,
o gabinete de segurança do MEC,
delegação do Norte, de
forma articular todos os procedimentos
subsequentes, nomeadamente no que respeita à ação
das forças policiais, tendo recebido toda a atenção e apoio desta
estrutura. Em simultâneo,solicitou a intervenção do INEM, de forma a garantir a assistência imediata dos alunos que
necessitassem desse apoio.
11. A direção da escola não
subscreve o ato praticado pelos alunos e
que impediu, no início da
manhã, o funcionamento regular das
atividades letivas. Contudo, os alunos que se estavam a
manifestar mantiveram sempre um
comportamento cordial e de respeito relativamente à
diretora da escola e à sua ação, como
aliás, até à data, é habitual em circunstâncias similares e
que já ocorreram noutros momentos e
relativamente a diversos assuntos;
12. A direção da ESAS solidariza-se,
no entanto, com o sentimento de indignação manifestado pelos
alunos face ao conteúdo e forma do
comunicado emitido pelo MEC relativamente ao processo
de agregação desta escola.
13. Não podemos deixar de agradecer, em nome da ESAS, a todos
quantos nos têm dirigido
mensagens de preocupação e de
solidariedade e a todos quantos tiveram a coragem de dar voz
aos mais legítimos anseios e
solicitações desta comunidade educativa.
14. Aos alunos da ESAS que fizeram
questão de endereçar mensagens a esta direção, só podemos
afirmar que não temos palavras que
possam definir a emoção que essas palavras nos causaram.
Apenas podemos reafirmar aquilo que
tantas vezes sentimos: os nossos alunos são a razão de
ser de uma escola assim, são o orgulho
que nos aquece e anima todos os dias, são a certeza que
estão futuros com sentido por
construir. Para nós é também uma honra e um privilégio liderar
esta organização, ao lado de
profissionais de excelência, de dedicação e empenho difíceis de
qualificar.
15. Enquanto escola que somos,
garantiremos que os acontecimentos ocorridos no dia 18 de janeiro
de 2013 servirão de mote para uma
reflexão profunda e uma aprendizagem substantiva neste
espaço onde queremos que a Educação
aconteça todos os dias, onde queremos
que a
democracia se aprenda todos os dias.
16. A direção da ESAS, enquanto se
mantiver em funções, continuará a dar voz às decisões
aprovadas democraticamente pelos
órgãos desta escola, garantido que se cumpre aquele
princípio que quotidianamente dá sentido ao esforço que
há anos, há muitos anos, fez deste
lugar a escola que somos: «nunca se
perde tempo com aquilo que amamos» (Alberto Sampaio).
Aos 21 dias de janeiro de 2012
A Direção da ESAS
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