Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

sexta-feira, agosto 29, 2008

Os Pilares dos Disparates Educacionais

Neste ano lectivo, as olimpíadas do 75/2008 vão muito competitivas, em termos de se saber quem fica com o sabor da vitória amarga e quem fica com a cenoura. As apostas estão na forja, os candidatos a reitores contam as espingardas, os respectivos partidários, no conselhos gerais provisórios, afiam as naifas, a noite das facas longas aproxima-se. Os Vampiros do ME (sangue, sangue…), quiçá simpatizantes da Al-Qaeda ou seguidores de Elizabeth Bathory, promoveram todo um conjunto de medidas terroristas para desestabilizarem a sociedade durante os últimos anos; dentro desta problemática, podemos identificar igualmente alguns tipos de professores não profissionais, mas agentes subversivos do Poder Xuxa em Djamena Lake, que têm desenvolvido intensa actividade de sabotagem da profissão, com comportamentos que envergonham e fazem inveja à fama da nomenklatura do Zimbabwe e servem de suporte aos disparates normativos da tutela (normalmente já são titulares e pretendem concorrer para o lugar de Reitor, para além de, mais facilmente, poderem conciliar com outras actividades mais rentáveis, como actividades Liberais, Contabilistas, Proprietários de Colégios Privados ou de Escolas Profissionais, Comerciantes que podem vender bens/serviços às escolas, etc.): 1 – Faltar 20 dias, com atestado médico, por mês e durante todos os meses do ano lectivo (atitudes que continuam a ser praticadas): Conselhos Directivos accionam processo disciplinar, mas a Tutela manda arquivar. 2 – Dizer aos alunos (ficam mais do que entusiasmados) que amanhã não vou dar aulas e que eles não deverão, por conseguinte, ir para junto das respectivas salas. O Dito Cujo, mais tarde, irá escrever o sumário da aula que não deu ou já o escreveu na véspera. Em algumas escolas, o baixo número de funcionários em serviço permite que ocorram estas situações anómalas. O único Funcionário/Auxiliar de Acção Educativa que controla cada bloco, não sabe de nada e sobre o que fazer: será que o professor faltou ou terá ocupado outra sala em outro local ou terá tido uma aula aberta ou ido a uma visita de estudo? Nestes casos, costuma, nos primeiros tempos marcar falta provisoriamente e quando tem oportunidade, normalmente na hora de saída de serviço, vai ao livro de ponto verificar se existe sumário escrito; claro que, perante as evidências registadas, o funcionário retira a falta. No 2º e 3º período acredita piamente que o professor é cumpridor do horário. Se existe um sistema informático para escrever o sumário, a situação torna-se mais chata e nestes casos o penoseiro vai à sala e com um ar de grande comiseração comenta com o funcionário sobre o porquê da ausência dos seus alunos. Em alternativa pede a um aluno, dessa turma, cúmplice dessa ilicitude, dando-lhe as passwords, para escrever o sumário na hora devida. Se os Conselhos Directivos accionam processo disciplinar, a Tutela manda arquivar. 3 – Ir às salas, falar-se de tudo, menos dos conteúdos programáticos, dar excelentes classificações obtemos um disparate da natureza: os papás babados em êxtase pelo sucesso dos rebentos e o ME, em termos de estatísticas, lançam, para as ruas da amargura, o Pregão da Banha da Cobra com a ajuda do Albino Torquemeida. Se os Conselhos Directivos accionam processo disciplinar, a Tutela manda arquivar. 4 – Alguns Professores, directores de Turma, prometem aos respectivos alunos classificações ao estilo ME e justificação total de faltas se eles conseguirem transformar eventuais concorrentes, a professor reitor, em Idi Amin. Se os Conselhos Directivos accionam processo disciplinar, a Tutela manda arquivar. 5 – Faltar sem ter registo de falta ou passar despercebido, no turno nocturno (por exemplo: EFAs) torna-se mais complicado. Nestes casos, ameaçar o funcionário, sobre o facto de lhe fazer a cama, quando um dia for para o Poder é uma hipótese (só resulta se for funcionário sem vínculo ou funcionária à beira da reforma). Outra forma reside no encontrar de um substituto, familiar se possível, que normalmente nã pecebe patabina, e dizer aos alunos que se não chatearem, estarão todos aprovados (sucesso nas novas oportunidades é a cereja no cimo do…). Se os Conselhos Directivos accionam processo disciplinar, a Tutela manda arquivar. No fundo, na maior parte das escolas, serão, desta estirpe, a maioria dos candidatos a Reitor (claro que, quase todos, já se filiaram no partido político que governa o município e o respectivo cônjuge filia-se no que detém o Poder Governamental se forem Partidos diferentes). A Incompetência, na Administração Pública, com este Governo, vive dias de glória e serve de bandeira propagandística ao combate ao excesso de trabalhadores e de professores, do grande nível de absentismo, da baixa produtividade (indexando-a à subida dos ordenados), etc., etc.

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