PPP do Hospital de Braga e a doutrina da Troika
Em tempos de crise, o BES resolveu implementar todo um conjunto de soluções, na gestão do novo Hospital de Braga, para baixar as despesas/custos de exploração, não baixar as comparticipações financeiras do SNS e aumentar os lucros, alocando o lixo tóxico ao Orçamento Geral do Estado:
1 - Parques de estacionamento com preçário de fazer inveja aos pobretanas dos do Névoa para todos, utentes e funcionários;
2 - Revisão dos vínculos contratuais, de funcionários públicos para contratos a termo:
3 - Recusa em contratar excesso de pessoal que existiriam nas anteriores instalações do S. Marcos e quiçá, por simples coincidência, a despensa afectou apenas dirigentes sindicais;
4 - As vagas resultantes no ponto anterior foram também, por coincidência das coincidências, ocupadas por gente nova contratada.
Cerca de dezasseis dias após a respectiva inaugurarão, com toda a pompa e circunstância, um doente a necessitar de uma pequena cirurgia é encaminhado para um determinado local e quando entra fica em estado de choque; não era o facto de o médico ter um qualquer comportamento menos correcto, aliás foi, dadas as circunstâncias, até de muitas mesuras e pedidos de desculpa pela situação.
O chão da sala de pequena cirurgia estava sujo de sangue, pejado de pensos sujos e de outros objectos pouco impróprios ao espaço.
Reparou ainda que não havia qualquer recipiente de recolha de resíduos cirúrgicos.
Vendo a atrapalhação do utente, o médico tentou justificar o cenário com o facto de ainda não haver pessoal de limpeza adstrito àquela ala/serviço.
Depois do tratamento efectuado, o utente ainda teve a lucidez de vislumbrar a preocupação do médico em tornar a sala com um aspecto mais asséptico, pelos menos nas aparências, com uma vassoura na mão e uma pá de cabo na outra, deitando os detritos algures e com uma esfregona tentar esbater as manchas de sangue já secas.
Sócrates deve estar orgulhoso desta equipa de Gestão hospitalar do Serviço Nacional de Saúde e que por acaso é laranjinha até ao tutano...
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