Este conjunto de medidas, pré-anunciadas pelo Governo, apenas parecem ser uma amostra do universo que irá transformar uns míseros tostões num pacote de ações mais contudentes/gravosas para os funcionários do estado.
A subtileza de Passos Coelho durante o anúncio do estado de emergência parece ter passado despercebida à maior parte das pessoas:
1º - Restringir o acesso (57 - 62 portaria a ser publicada em 2012) à reforma, quer dizer que, apesar dos encargos salariais serem elevados o Governo não está minimamente interessado em arcar, no futuro, com o aumento de mais encargos sociais.
2º - Retirar os subsídios de férias e de natal, durante o período de vigência dos acordos com a troika e que podem ser de 2, 3, 4, ...., 12, etc., de anos apenas quer dizer que o transitório se transformará em eterno, como é normal no Burkina-Faso.
Porque, na verdade, se algum dia voltarem a ser repostos, em circunstâncias às de hoje, a despesa pública primária crescerá exponencialmente.
Aliás, uma das desculpas para a subtração desses subsídios seria o de evitar despedir funcionários.
3º - Afirmar que o deficit não é culpa dele é não falar verdade, porque S. Eminência, apoiou o OGE para o ano de 2011; porque uma grande parte do desvio colossal das contas públicas corresponde ao descalabro de 7,2 mil milhões de euros do PSD, enquanto Organização partidária que tem governado a Madeira.
4º - Quando reprovou o tal PEC que originou eleições (o PS aproveitou a deixa do tosão da banana alaranjada e demitiu-se). Pedro Passos Coelho, perante os seus confrades europeus, afirmou que o chumbo acontecia porque era um PEC limitado na sua ação.
PSD queria que as medidas gravosas fossem já implementadas em 2011.
Por isso, quando agora diz que as medidas tomadas (contra a sua vontade pessoal) se deveram a ações do anterior governo, está, outra vez, a querer vitimar-se, como Sócrates.
5º - O Primeiro chamou à colaça, como justificação das medidas, o não ter dinheiro para pagar os vencimentos dos primeiros seis meses de 2012.
E dos restantes 6 meses?
Pedro Passos Coelho, nessa altura, irá mandar para a mobilidade cerca de 100 000 funcionários do estado, apresentando como argumento, o evitar de despedimentos de muitos mais dos restantes ou não ter fundo de maneio para suprir o pagamento por mais 6 meses?
Não é por acaso que, em relação aos futuros utentes da mobilidade, este Governo vai reduzir os respectivos encargos, já anunciados.
Professores do Quadro que se preparem para a mobilidade e consequente despedimento...
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