Todos deveríamos ter um doutoramento em Inevitabilidade, mas como isso dá muito trabalho, custa bom dinheiro e
duvido que haja alguma universidade que tenha apostado nesta nobre área,
pelo menos, deveríamos estar munidos de um talento natural para
perscrutar os insondáveis caminhos desta ciência e dos seus gurus de
sempre porque segundo
Nuno Francisco, é o conceito da vulnerabilidade da inevitabilidade. A
inevitabilidade em vigor é esta: a crise é inevitável, os reajustes são
inevitáveis, o empobrecimento é inevitável, os cortes salariais são
inevitáveis, as contenções avulso são inevitáveis, o desemprego é
inevitável... Tudo isto é fado, tudo isto é inevitabilidade.
Em cada Governo existe sempre um profeta que promete a graça, sabendo que o inferno já está farto de idiotas.
Sócrates, Passos, Relvados e o Ministro dos cornos, etc, fazem parte histórica da inevitabilidade de uma sociedade que se pauta por valores de Xotores assentes em rigor de qualidade nas novas novas oportunidades; porque antes criticou-se o RVCC público e o Nuno Crato agora recusa comentar as aldrabices praticadas no mesmo espírito, no ensino superior.
As pessoas vão-se distraindo com estes clowns, enquanto que a verdadeira crise é escamoteada.
Antes era o futebol, depois os gloriosos jogos olímpicos e amanhã outros factos servirão, inevitavelmente para minimizar, psicologicamente a inevitabilidade dos dramas sociais, através dos Media.
Na minha escola, critica-se o porquê de a direção inevitavelmente ser obrigada a dispensar cerca de 40 professores do quadro e 80 professores contratados, no entanto a resignação à passividade ou a crítica ao lado errado são uma constante, ainda não totalmente assumida.
Para a manifestação de 12 de Julho, por este ou aquele motivo, existe sempre uma desculpa para não ir.
Em princípios de Junho, um sindicato (ASPL), com cerca de 90 filiados, só nesta escola, realizou uma sessão de esclarecimento e apareceu um número astronómico de assistentes: 7 professores (nesta escola existem cerca de 210 professores).
Nenhum comentário:
Postar um comentário