Segundo o diário
Correio do Minho: A
comunidade educativa bracarense mostrou ontem que está unida contra a
“proposta unilateral” de agregação/reorganização das escolas e
agrupamentos de escolas do concelho de Braga. Em conferência de
imprensa, foi sobretudo a Confederação das Associações de Pais (FAP) de
Braga a endurecer o discurso e a prometer lutar contra uma medida que
“coloca em risco a qualidade do ensino”.
“Não faz sentido agregar escolas. A agregação vai ter reflexos na
qualidade do ensino que é ministrado neste concelho. Com estas medidas
só se está a prejudicar os alunos”, afirmou José Lopes, da FAC, no salão
nobre do município.
José Lopes considera que a agregação de escolas é uma medida
“economicista”, mas sustenta que “a poupança não pode ser conseguida à
custa da qualidade do ensino”.
O responsável da FAP mostra “alguma esperança” em que a agregação não se
concretize, sendo que a DREN avançou em Novembro que o processo, no
concelho de Braga, estaria concluído até ao final do ano com a
respectiva publicação em Diário da República.
“Não somos adeptos das manifestações, mas teremos argumentos e armas,
nomeadamente jurídicas, para obstar a concretização desta proposta”,
prometeu José Lopes.
Também Pedro Martins, presidente da Associação de Estudantes da Alberto
Sampaio, acabou por, à última hora, se juntar a esta conferência de
imprensa para prometer que os estudantes “vão fazer o que estiver ao seu
alcance para salvar a educação em Braga”. Na óptica dos alunos, o
processo de agregação vai retirar o processo de agregação vai retirar aos jovens bracarenses aquilo que têm de melhor, o direito à educação.
“Encaramos o futuro com receio. Somos contra a agregação e vamos defender ao máximo a nossa posição”, vincou Pedro Martins.
Vereadora da Educação e presidente do Conselho Municipal de Educação,
Palmira Maciel, salientou que “toda a comunidade educativa bracarense
está unida nesta posição” de rejeitar a proposta que a DREN apresentou
como definitiva para o concelho e recordou que não houve qualquer
resposta ao pedido de reunião que foi feita à directora regional. “O
nosso objectivo era reunir com a responsável da DREN e colaborar numa
proposta razoável e diferente para o concelho de Braga. Ninguém nos
respondeu e aproxima-se o prazo estipulado para encerrar o processo em
Braga”, frisou, lembrando que também a Assembleia Municipal de Braga,
“órgão eleito democraticamente pelo povo, se expressou contra a
agregação das escolas e agrupamentos de escola do concelho”.
“A Câmara Municipal de Braga e o CME não vêem reunidas as condições para
a agregação de escolas proposta unilateralmente pela DREN”, rematou.
Em representação dos Concelhos Gerais, Luísa Cruz subscreveu as mesmas
críticas, sublinhando o desagrado pelo modo como a Administração Central
está a conduzir este processo. Pelos directores das escolas e
agrupamentos do concelho falou Manuela Gomes, directora da ESAS,
vincando que impera a unanimidade, ou seja, mesmo os directores das
escolas que não são afectadas por este processo estão contra a agregação
“para evitar um erro histórico”.