Bayard Demaria Boiteux (1916 - 2004)

NA ESCOLA, TAL COMO NO MUNDO, TODOS SOMOS PROFESSORES E TODOS SOMOS ALUNOS.
(Faculdade Economia Porto)

quinta-feira, abril 18, 2013

Carta Aberta ao Ministro da Educação



Assembleia Geral dos Profissionais da ESAS
ESAS, 17 de Abril de 2013, Auditório Sebastião Alba


DELIBERAÇÃO:                                          
                                                                       Exmo. Senhor
Ministro da Educação e Ciência
Prof. Dr. Nuno Crato
c/conhecimento ao
Exmo. Senhor
Presidente da Câmara Municipal de Braga
Eng.º Mesquita Machado
à Comissão de Educação da Assembleia da República


1

A Assembleia de Profissionais da ESAS tomou conhecimento de um E-mail datado dia 16 de Abril de 2013, assinado pela Senhora Subdiretora Geral da DGEstE, que informa a senhora Directora da Escola Secundária de Alberto Sampaio:

que o Dr. José António Pinto de Matos foi incumbido por esta Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) de promover e apresentar proposta de constituição da Comissão Administrativa Provisória para o Agrupamento a constituir na sequência da agregação da Escola Secundária Alberto Sampaio e do Agrupamento de Escolas de Nogueira”.
Lido e interpretado o teor da referida informação, vem por este meio a Assembleia Geral dos profissionais da ESAS confirmar e reiterar todos os pontos da deliberação da Assembleia geral de 21 de Janeiro de 2013, a saber:


2
Partimos do princípio de que a Escola Secundária de Alberto Sampaio (ESAS) é uma instituição de reconhecido interesse público.

3
A decisão do Ministério de Educação e Ciência em agregar a Escola Secundária de Alberto Sampaio com o Agrupamento de Escolas de Nogueira, criando uma organização com mais de 3300 alunos, ofende uma Comunidade escolar que tudo fez, incluindo submeter-se nos últimos anos a três avaliações externas, a fim de tornar legítimo o direito a um determinado Estatuto de Autonomia ou, pelo menos, ao benefício da dúvida. Lembramos que os relatórios das referidas avaliações externas revelaram a qualidade do trabalho desenvolvido na ESAS e reconhecem a sua capacidade para se auto - regular.

4
Em democracia, não se pode negar à comunidade da ESAS o direito elementar a ser tratada com correcção e elevação institucional e, por isso, vimos pedir a suspensão do processo de agregação da ESAS até à conclusão da avaliação do Projeto de Autonomia. 

5
O Ministério da Educação e Ciência ignorou o pedido da ESAS para ser ouvida em processo negocial e, em vez disso, decidiu agregar a nossa escola contra a vontade manifesta dos seus membros e à revelia das tomadas de posição e opiniões dos órgãos responsáveis da Federação das Associações de Pais de Braga, do Conselho Municipal de Educação, da Autarquia Bracarense e do Conselho Geral da escola. A ofensa é, pois, dupla ou tripla. A ESAS constitui património vivo da cidade de Braga. Património arquitectónico, paisagístico e ecológico. Património cultural, pedagógico, desportivo, científico e artístico.

6
A ESAS tudo irá fazer para garantir aos seus alunos o direito a um ensino de qualidade e tudo fará para defender o direito a ser ouvida pelo Ministério da Educação e Ciência, no que diz respeito ao Projeto de Autonomia que entregou à tutela em devido tempo.

7
Para que o diálogo possa ocorrer, vimos solicitar a V. Excelência o agendamento de uma reunião com carácter de urgência.

Resta-nos por último lembrar que a memória será sempre a “mãe das musas” e por isso não tememos por nós, Escola, enquanto aqui tivermos
“(…)
Uma pequenina luz
que vacila exacta
que bruxuleia firme
que não ilumina apenas brilha.
Chamaram-lhe voz ouviram-na e é muda.
Muda como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Brilhando indefectível.
Silenciosa não crepita
não consome não custa dinheiro.
Não é ela que custa dinheiro (…)
Apenas brilha bruxuleia ondeia
indefectível próxima dourada.
Tudo é incerto ou falso ou violento: brilha.
Tudo é terror vaidade orgulho teimosia: brilha.
Tudo é pensamento realidade sensação saber: brilha.
Tudo é treva ou claridade contra a mesma treva: brilha.
Desde sempre ou desde nunca para sempre ou não:
brilha.
Uma pequenina luz bruxuleante e muda
como a exactidão como a firmeza
como a justiça.
Apenas como elas.
Mas brilha.
Não na distância. Aqui
no meio de nós.
Brilha. “
Jorge de Sena 1950
                  Texto aprovado por unanimidade dos presentes na Assembleia Geral

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